Enquanto investigações revelam a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em setores da economia formal e em corporações policiais, o governo de Tarcísio de Freitas enviou à Assembleia Legislativa um projeto de orçamento para 2026 que reduz à metade os recursos destinados especificamente ao combate ao crime organizado.
A proposta prevê R$ 325,8 milhões para essa finalidade, menos da metade dos R$ 666,4 milhões alocados em 2025. A contradição se acentua pelo fato de o governo manter a mesma meta de aquisição de mais de 60 mil equipamentos, veículos e armamentos, apesar do corte drástico no valor disponível.
O cenário de cortes orçamentários contrasta com a escalada da violência do PCC. Recentemente, a facção foi associada ao assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes e ao homicídio de um delator no Aeroporto de Guarulhos – este último com participação de policiais, evidenciando a infiltração na própria estrutura de segurança.
O orçamento total da Secretaria de Segurança Pública para 2026 é de R$ 21,2 bilhões, um aumento de 3% em relação a 2025. A proposta ainda será analisada pelos deputados e deve ser votada até dezembro.
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