Em menos de um ano de mandato, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), mergulhou a administração municipal em uma crise fiscal sem precedentes. Agora, ele admite a possibilidade de decretar calamidade financeira — mesmo após uma série de decisões controversas que reduziram drasticamente as receitas da prefeitura.
Medidas que agravaram a crise:
- Revogação da taxa do lixo
- Cancelamento do Refis (programa de refinanciamento de dívidas)
- Recusa de um empréstimo de R$ 180 milhões aprovado pela Câmara
Brunini, que chegou a declarar publicamente que “Cuiabá não precisa do dinheiro do governo Lula”, vê agora a capital mato-grossense enfrentando risco de paralisia nos serviços públicos e atraso no pagamento de servidores ainda em 2025.
Crise na limpeza urbana e na saúde pública
Um dos primeiros efeitos visíveis foi na Limpurb: mais de 200 demissões nas últimas semanas resultaram em acúmulo de lixo e sujeira em diversos bairros. Moradores relatam que a situação já se tornou um problema de saúde pública.
Internamente, há apreensão entre os funcionários públicos quanto a possíveis atrasos salariais e suspensão de contratos. Especialistas temem que um eventual decreto de calamidade seja usado como instrumento político para contornar controles orçamentários e justificar falhas na gestão.
A estratégia do prefeito — que tem priorizado discursos ideológicos e confronto com adversários em vez de medidas administrativas — é apontada como a origem da desorganização fiscal. Caso confirme o decreto de calamidade, Brunini deverá enfrentar resistência na Câmara e pressão de órgãos de controle.
Cuiabá vive, assim, um cenário de crise gerencial e descrédito institucional, com impactos diretos na população e no funcionamento da cidade.
Bookmark