Às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro publicou neste domingo (31) em suas redes sociais um print adulterado de uma reportagem do The New York Times.
Ele suprimiu trechos que condenavam o golpismo e reconheciam ações em defesa da democracia, sugerindo falsamente que o jornal “reconhecia abusos” de Alexandre de Moraes. A postagem foi apagada depois que a fraude foi desmascarada por usuários, que compararam a imagem com o texto original disponível no site do NYT.
Na versão manipulada por Eduardo, sumiram as passagens em que o jornal qualificava o julgamento como “uma vitória significativa para a democracia”. O texto original, publicado em inglês, afirmava que “muitos cidadãos do Brasil, assim como observadores nos Estados Unidos, percebem esse desfecho como uma vitória significativa para a democracia” — linha que dava o tom condenatório ao golpismo de Jair Bolsonaro e foi simplesmente eliminada.
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O resultado foi um falso retrato em que o jornal norte-americano pareceria endossar a narrativa bolsonarista no ataque às instituições. A adulteração não se limitou a omitir elogios à democracia: outras passagens do original, que descreviam o julgamento de Bolsonaro como resposta a um “perigo sem precedentes” contra as instituições, também desapareceram da montagem.
Além de publicar a montagem, Eduardo Bolsonaro distribuiu a imagem em grupos de apoiadores e voltou a insinuar perseguição política contra seu pai, em sintonia com discursos da extrema direita internacional.
Na véspera do julgamento histórico no Supremo, o caso também foi levado ao Conselho de Ética da Câmara, que analisará possível quebra de decoro parlamentar que, atualmente, reside nos Estados Unidos fazendo lobby por sanções ao Brasil.
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