Durante a megaoperação desta terça-feira (28) nos Complexos da Penha e do Alemão, criminosos usaram drones adaptados para lançar explosivos, uma tática que expôs outro desafio para as forças de segurança do Rio.
Dispositivos simples, vendidos por valores que variam a partir de cerca de R$ 120, transformam aparelhos de uso civil em armas improvisadas: uma garra acoplada ao drone libera a carga por controle remoto e, com ajustes rudimentares, pode soltar granadas ao cair.
Há versões impressas em 3D, lançadores com “tambores” que dispensam um artefato por vez e mecanismos acionados por sensores ou pela gravidade. Até mesmo um barbante preso ao pino já foi relatado como gatilho. Drones de colecionador e modelos usados, que custam desde alguns milhares de reais, chegam a voar dezenas de quilômetros e a subir muito acima de limites oficiais, ampliando o alcance das ações.
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Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram drones sobrevoando policiais enquanto artefatos eram despejados. Não há confirmação de vítimas feridas por esses lançamentos, mas a sobrevivência do método preocupa: sua simplicidade facilita a reprodução por outros grupos, ampliando a ameaça nas favelas e arredores.
Relatos antigos de investigação apontam para cooperação ocasional entre agentes e criminosos na adaptação desses equipamentos, o que torna a resposta policial ainda mais complexa. Autoridades dizem que trabalham para barrar os ataques, mas especialistas defendem que é preciso reforçar não só a caça aos operacionais como também o controle sobre a venda e circulação desses acessórios.
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