O rapper Don L tornou-se o primeiro artista brasileiro a bloquear o acesso ao seu catálogo musical em Israel. A medida, anunciada publicamente pelo artista através de suas redes sociais, integra um movimento internacional de boicote cultural em protesto às operações militares na Faixa de Gaza e em solidariedade ao povo palestino.
Em seu pronunciamento, o músico, cujo nome real é André Santiago, explicitou as motivações éticas e históricas por trás da decisão.
Diante das imagens horríveis e dos números alarmantes do extermínio de civis, eu, que venho de um país construído sobre o extermínio de povos indígenas e o sequestro de africanos escravizados, me sinto fazendo o mínimo do mínimo que infelizmente é o que está ao meu alcance
declarou.
A ação posiciona o artista ao lado de outros nomes internacionais que participam da iniciativa “No Music For Genocide”, movimento que busca pressionar o governo israelense por meio de sanções culturais. O movimento tem ganhado adesão crescente de figuras do entretenimento em diversas partes do mundo.
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Entre os participantes estão Massive Attack, que se tornou o primeiro grupo de uma major (Universal Music Group) a anunciar publicamente a remoção de sua música do Spotify na região. A lista inclui também Faye Webster, Arca, Japanese Breakfast, MIKE, King Krule, Fontaines D.C., Rina Sawayama, Aminé, Kelela, Amyl and the Sniffers, MJ Lenderman, Kneecap, Mannequin Pussy e a veterana Carole King.
Don L descreveu-se como:
Apenas um artista com sensibilidade humanista radical, que acredita no direito de todos os povos a serem tratados com humanidade.
Ele reconheceu o caráter simbólico do gesto, mas ressaltou sua necessidade:
BookmarkNão posso compactuar com o genocídio colonial que está acontecendo em Gaza
afirmou, enfatizando que o ato representa uma forma de resistência e empatia perante a dimensão da tragédia humana.