A popularidade do presidente argentino, Javier Milei, atingiu seu pior nível desde o início de seu mandato, segundo pesquisa do instituto AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira (28) em parceria com a Bloomberg. O levantamento aponta que 51,1% dos argentinos desaprovam o governo, enquanto 43,6% afirmam apoiá-lo.
A queda na aprovação ocorre em meio a um escândalo de corrupção que envolve pessoas próximas ao presidente, incluindo sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência. No levantamento anterior, de julho, a desaprovação era de 47,8%, contra 45,1% de aprovação – indicando um agravamento da crise política às vésperas das eleições legislativas.
A pesquisa, realizada entre 20 e 25 de agosto com 4.987 entrevistados (margem de erro de 1 ponto percentual), coincidiu com a divulgação de áudios nos quais o ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo – advogado e amigo de Milei –, sugere que Karina Milei seria uma das beneficiárias de um esquema de propina na compra de medicamentos para pessoas com deficiência. O subsecretário de Gestão, Eduardo Menem, também estaria envolvido.
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Esse é o primeiro grande escândalo de corrupção desde que Milei assumiu o poder prometendo erradicar a “casta política” e moralizar a administração pública. A situação coloca sob pressão adicional o governo libertário, que já enfrenta resistência popular devido às duras medidas econômicas implementadas desde dezembro de 2023.
O caso também ameaça a imagem de Milei como líder anticorrupção e pode influenciar o debate eleitoral rumo às próximas legislativas.
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