A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL), que agora responde como réu por violência psicológica, física e perseguição contra a ex-mulher, a influenciadora Cíntia Chagas. A prisão preventiva, solicitada pelo MP, foi negada, mas o parlamentar recebeu multa de R$ 50 mil por violar medidas protetivas e mencionar publicamente a vítima, o que estava proibido.
Cíntia, que possui mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais, denunciou o deputado no ano passado, relatando agressões e ameaças ao longo de um relacionamento de dois anos. Segundo o MP, Bove intimidava a ex-companheira, manuseava armas de fogo enquanto fumava maconha e chegou a atirar uma faca contra sua perna. Também a humilhava em público e, após a separação, manteve ataques nas redes sociais, descumprindo decisões judiciais.
- MISOGINIA: ministro do STM manda presidente “estudar” após pedido de perdão por caso Herzog
- Plataforma ajuda mulheres a checar antecedentes de parceiros
- Homem espanca companheira, divulga vídeos íntimos e é preso durante o “saidão”
A defesa do deputado comemorou o indeferimento da prisão e afirmou que ele provará “a falsidade das acusações”, classificando o processo como parte de uma “narrativa criada”. Já a influenciadora respondeu com ironia:
A cada decisão que o contraria, ele escolhe um novo inimigo. E agora? Vai acusar o juiz de quê? Eu sigo acreditando na Justiça.
A advogada de Cíntia, Gabriela Manssur, destacou que o acolhimento da denúncia é um “marco no combate à impunidade e na aplicação integral da Lei Maria da Penha”, inclusive diante da violência praticada por meios digitais. Para ela, a decisão simboliza uma vitória de todas as mulheres que enfrentam tentativas de silenciamento.
Bookmark