O advogado do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira confirmou, nesta quarta-feira (03), durante o segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro pretendia dar um golpe de estado para continuar no poder mesmo após ter sido derrotado nas eleições de 2022. De acordo com Andrew Fernandes, Nogueira tentou convencer Bolsonaro a desistir da ideia.
“Ele (Paulo Sérgio Nogueira) assessorou o presidente da República (no sentido) de que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições. É o que diz o delator. Se posicionou totalmente contrário a qualquer medida de exceção”, alegou a defesa.
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Questionado pela ministra Carmen Lúcia após o final de sua explanação, o defensor reafirmou que o ex-ministro havia tentado demover Bolsonaro de adotar “medidas de exceção” para permanecer no cargo.
Segundo Andrew Fernandes, membros da organização que orquestrava o golpe atuavam para retirar Paulo Sérgio do cargo. “Pera lá. Como é que ele fazia parte da organização criminosa? É a prova dos nove. Se estavam lutando para tirá-lo?”, questionou.
“A delação e o depoimento da principal testemunha de acusação, o comandante da Força Aérea brigadeiro Batista Júnior é contundente, acachapante”, disse Fernandes.
“O general Paulo Sérgio acabou sendo enredado em uma contumélia. Mas a prova dos autos, a instrução judicial demonstrou, de forma inequívoca, a sua inocência”, completou.
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