A Justiça argentina determinou nesta segunda-feira (1º) a suspensão imediata da circulação de áudios atribuídos a Karina Milei, irmã e braço direito do presidente Javier Milei. As gravações foram divulgadas por um canal de streaming e trazem falas da secretária-geral da Presidência pedindo união dentro do governo, que passa por uma série de denúncias de corrupção.
O Executivo classificou o episódio como uma “operação de inteligência ilegal” e acionou a Justiça para barrar a divulgação. Isso acabou sendo mais um fator determinando para agravar a crise no alto escalão do governo argentino, em relação às denúncias de corrupção.
O caso ganhou força após o vazamento de outra gravação, em agosto, na qual Diego Spagnuolo, ex-diretor da agência de Deficiência (Andis), acusava Karina Milei de receber propina em contratos de medicamentos.
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Segundo ele, haveria um esquema de cobrança de até 8% sobre o faturamento de farmacêuticas, o que poderia render milhões de dólares mensais. Spagnuolo foi demitido, mas suas acusações levaram a buscas e apreensões em diferentes locais.
Apesar do pedido realizado, nesta semana, pelo Ministério da Segurança, solicitando autorização judicial para realizar a apreensão dos equipamentos do canal que divulgou os áudios, nenhuma permissão foi concedida. O Ministério também possui interesse em penalizar os jornalistas envolvidos na publicação do material.
Karina Milei permanece em silêncio, enquanto o presidente reagiu com veemência.
BookmarkTudo o que ele [Spagnuolo] diz é mentira. Vamos provar na Justiça
declarou Javier Milei em ato de campanha na semana passada, marcado por protestos e hostilidade contra sua comitiva.