Sem representação legal, muitas crianças enfrentam tribunais de imigração sozinhas
Em uma ação que ativistas classificam como intimidação, dezenas de crianças da região de Waukegan, em Chicago, nos Estados Unidos, receberam cartas do governo ameaçando-as com deportação, multas e processos criminais – mesmo tendo entrado legalmente no país.
Os documentos, obtidos pelo Chicago Tribune, alertam os menores que seu status humanitário pode ser revogado a qualquer momento e ordenam que deixem o país “imediatamente”.
As cartas, escritas em tom ameaçador, afirmam que o Departamento de Segurança Interna (DHS) cancelou ou pode cancelar sua “liberdade condicional humanitária”.
Se não partirem, estarão sujeitos a ações policiais que resultarão em deportação
diz o texto.
Advogados denunciam que as crianças, em sua maioria de origem mexicana, chegaram ao país até 2014 por meio de um programa de proteção a menores não acompanhados e foram reunidas a familiares já residentes nos EUA.
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A Secretária Adjunta do DHS, Tricia McLaughlin, negou que haja uma caça a crianças, afirmando que a agência apenas oferece a opção de deportação conjunta com os pais ou abrigo em locais seguros.
No entanto, ativistas destacam que, desde março, a administração Trump cortou fundos para advogados de defesa desses menores – restabelecidos apenas após ação judicial.
Sem representação legal, muitas crianças enfrentam tribunais de imigração sozinhas. Dados da Universidade de Syracuse revelam que mais de 53 mil menores já foram deportados sob o Governo Trump, incluindo 15 mil crianças menores de 4 anos.
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