Nesta quinta-feira (04), durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, a diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, revelou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tomou conhecimento das fraudes em aposentadorias em 2019. Ainda de acordo com a depoente, o instituto optou por não fazer nada.
Segundo Eliane Mota, na ocasião, as denúncias foram registradas em canais do Ministério Público do Paraná, que alertou o INSS sobre o aumento de reclamações de beneficiários. Logo na sequência, o MP recomendou que o instituto suspendesse acordos de cooperação técnica com as quatro entidades envolvidas, mas, à época, durante o Governo Bolsonaro, nada foi feito.
No depoimento de ontem, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o deputado bolsonarista Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), ainda questionou Eliane se a CGU só tinha tomado conhecimento das irregularidades em 2019. “Eu não tenho acesso, não tenho conhecimento, a nenhum registro anterior”, respondeu a servidora da Controladoria-Geral da União.
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Ainda de acordo com Eliane, a auditoria da CGU com o INSS só foi iniciada em março de 2024, quando ela se reuniu com o ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. Na ocasião, Stefanutto afirmou que iria tomar providências sobre as fraudes, mas não suspendeu os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com as entidades envolvidas.
Um mês depois, em abril, Stefanutto foi afastado do instituto após ser alvo da megaoperação da Polícia Federal (PF) contra o esquema de fraudes no INSS, que revelou nacionalmente o desvio de aposentadorias por meio de descontos não autorizados pelos beneficiários.
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