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Coletivo Inclusão: cultura, esporte e acolhimento que transformam vidas

Registro no 4º Festival Inclusão em Cena, realizado no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, pelo Coletivo Inclusão. (Foto: Leon Ruan).

Mais de 1.700 pessoas atendidas por semana, projetos em cinco estados e histórias que emocionam todos os dias. Esse é o impacto do Coletivo Inclusão, ONG fundada por Matheus Vitto e Márcia Miranda, que hoje é referência em cultura, assistência social e paradesporto. 

O Coletivo Inclusão surgiu do desejo de um grupo de pessoas em atuar com propósito. No início, a busca era por maneiras de realizar ações significativas, e, após uma parceria com a curitibana FAE Centro Universitário, foi possível iniciar um trabalho voltado à pessoas com deficiência. Segundo Matheus, a intenção não era criar uma ONG desde o começo, mas desenvolver iniciativas capazes de transformar vidas de alguma forma. 

No início, estávamos apenas buscando formas de realizar algo nesse sentido

disse.

Com a parceria da FAE, começamos um trabalho de cultura com pessoas com deficiência. A formalização como ONG foi uma consequência natural desse movimento

acrescenta Vitto.

Hoje, a ONG atua em múltiplas frentes: assistência social, cultura, paradesporto, projetos com mães atípicas, equoterapia e empregabilidade.

O impacto desse trabalho aparece no aumento da autonomia, no desenvolvimento de novas habilidades, na descoberta de talentos e nas oportunidades reais de participação social. Para as famílias, representa acolhimento e esperança. E, para a comunidade, é a chance de aprender a valorizar a diversidade e reconhecer seu potencial

explica Matheus.

Histórias que emocionam

Luiz é uma pessoa com deficiência e hoje integra a equipe do Coletivo Inclusão. (Foto: Leon Ruan).

O Coletivo Inclusão coleciona momentos marcantes. Um deles foi a trajetória do Luiz, que participou de um projeto de teatro e hoje integra a equipe da organização contratado como repórter, por seu interesse em comunicação.

Vivemos momentos marcantes quase todos os dias. Desde a garra dos atletas, que superam muitos desafios para treinar em alto nível, até o trabalho inspirador do nosso repórter Luiz, que também é uma pessoa com deficiência e hoje é contratado pelo Coletivo Inclusão

disse.

Outro episódio inesquecível ocorreu em 2018, após três anos de oficinas de teatro com os amigos da APAE de Fazenda Rio Grande.

Decidimos realizar uma apresentação maior no auditório do Museu Oscar Niemeyer. O resultado foi simplesmente incrível, digno de muitos prêmios. Ali ficou claro para todos nós o enorme potencial deles. Foi um divisor de águas, que nos deu ainda mais força e certeza de que estávamos no caminho certo, mostrando tudo o que eles eram e são capazes de realizar

comentou.
Registro no 4º Festival Inclusão em Cena, realizado no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, pelo Coletivo Inclusão. (Foto: Arthur Guerino).

Neste ano, o coletivo realizou o 4º Festival Inclusão em Cena, que aconteceu de 20 a 22 de agosto no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e foi um verdadeiro marco para o projeto. Com o tema “Metamorfose”, reuniu atrações culturais, oficinas, debates, mutirão de empregabilidade, experiências tecnológicas e uma programação totalmente acessível, reforçando o protagonismo das pessoas com deficiência e a força da cultura inclusiva.

O esporte como motor de transformação

Entre os projetos de maior destaque está o Basquete em Cadeira de Rodas, criado em 2023. No ano seguinte, a equipe conquistou um novo espaço para treinos e passou a receber um número crescente de atletas. Em 2025, o time participou de três campeonatos: em Joinville; no Campeonato Paranaense de Paradesporto; e em Guarapuava, conquistando o segundo lugar em duas dessas competições, demonstrando a evolução e o comprometimento da equipe.

(Foto: Leon Ruan)

Mais do que as conquistas esportivas, o que move a equipe é o impacto humano.

O que realmente nos move é poder oferecer a prática esportiva, que traz evolução física e mental para os atletas. Esse é o nosso maior título. Mas seguimos sonhando alto: queremos disputar o campeonato brasileiro de Basquete em Cadeira de Rodas e fortalecer cada vez mais o nosso time, o Mustangs de Fazenda Rio Grande

afirmou.

Para Matheus, o esporte é um dos pilares da transformação social:

Muito se fala sobre o poder transformador do esporte, e isso é real. Ele tem a capacidade de mudar vidas, trazendo saúde, disciplina, convivência e novas oportunidades. Infelizmente, ainda há uma dificuldade da sociedade e do poder público em investir mais nessa área, que poderia gerar tantos benefícios, assim como a cultura e a educação

disse.
Mustangs de Fazenda Rio Grande. (Foto: Leon Ruan)

Segundo ele, no caso do paradesporto, esse impacto é ainda mais evidente, pois rompe barreiras físicas, sociais e econômicas, permitindo que pessoas com deficiência descubram suas capacidades, conquistem autonomia e ampliem seu potencial de evolução pessoal e empoderamento.

Muitas pessoas com deficiência não têm acesso à prática esportiva, seja por limitações físicas ou por questões econômicas. Por isso, quando o esporte chega, ele faz toda a diferença: promove evolução física, fortalece a mente, amplia a autoestima e mostra que é possível conquistar espaços que antes pareciam distantes

disse.

Além disso, o esporte gera empoderamento. Muitas vezes, a própria pessoa não tem noção de tudo o que é capaz. Quando ela descobre que consegue realizar determinada atividade, percebe que é possível ir além. Isso abre caminho para buscar novas formas de evolução pessoal e acreditar ainda mais no próprio potencial

acrescenta.

Sonhos e futuro

O Coletivo Inclusão segue expandindo sua atuação e mantendo viva a visão de seus fundadores.

Continuamos firmes na nossa missão: acolher cada vez mais pessoas com deficiência na sociedade. É difícil falar em sonhos específicos, porque são muitos, mas sonhamos grande

enfatiza.

Entre os principais objetivos estão ampliar o acesso ao mercado de trabalho, expandir o paradesporto e criar uma fundação que dê mais solidez financeira à ONG.

É preciso sonhar. As organizações sociais merecem trabalhar com abundância e respeito. E a sociedade precisa enxergar a sua força e relevância econômica

enfatiza.

Para Matheus, o fortalecimento do terceiro setor é essencial para o futuro do Brasil. Ele destaca a importância de que suas instituições sejam reconhecidas como organizadas, economicamente relevantes e essenciais para o desenvolvimento da sociedade.

O terceiro setor já representa uma parte importante do PIB brasileiro e é responsável por milhões de empregos. Por isso, nosso sonho maior é que cada vez mais o terceiro setor seja respeitado como um conjunto de instituições bem organizadas, que têm um papel econômico essencial e, ao mesmo tempo, contribuem para o desenvolvimento da sociedade em todos os seus aspectos

declarou.

Segundo Matheus, conduzir uma organização social exige superar obstáculos diários.

Eles vão desde a governança e a diretoria, passando pela administração, pela equipe de profissionais, pela gestão das atividades e processos, até a captação e mobilização de recursos, aprovação de projetos e questões burocráticas

disse.

Apesar da complexidade, ele destaca o que considera o ponto central: mobilizar pessoas.

Sem pessoas envolvidas, acreditando na causa e dispostas a caminhar junto, uma organização não existe. Quando conseguimos essa mobilização, tudo flui com muito mais força, respeito e reconhecimento da sociedade

arremata.

Para saber mais sobre o projeto, visite o perfil do Coletivo Inclusão no Instagram.

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