Organizações de direitos humanos e agências da ONU denunciaram a deterioração das condições de detenção de palestinos em prisões israelenses desde outubro de 2023. De acordo com a Commission of Detainees and Ex-Detainees Affairs e a Palestinian Prisoners’ Society, mais de 11 mil palestinos estão atualmente presos, incluindo cerca de 400 menores e 49 mulheres.
O número de detidos praticamente dobrou desde o início da guerra em Gaza, segundo a ONG israelense B’Tselem. A ONU alertou que muitos estão sob detenção administrativa, ou seja, presos sem acusação formal ou julgamento.
Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), publicado em 2024, documentou “uso sistemático de tortura e maus-tratos” contra prisioneiros palestinos, descrevendo as condições como “cruéis, desumanas e degradantes”.
A Associação Médicos pelos Direitos Humanos-Israel (PHR-IL) também relatou falta de acesso a cuidados médicos, superlotação e casos de doenças contagiosas, como escabiose, em unidades como Negev e Ofer.
Segundo a ONG israelense Public Committee Against Torture in Israel (PCATI), os métodos de abuso incluem choques elétricos, privação de sono e espancamentos.
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O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, pediu “acesso imediato e irrestrito” às prisões e a libertação de todos os detidos sem acusação.
Já a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch classificaram o sistema de detenção como “um dos piores cenários carcerários em zonas de conflito” e solicitaram sanções e investigações internacionais.
As organizações defendem que a manutenção de milhares de palestinos presos em condições degradantes viola a Quarta Convenção de Genebra e agrava a crise humanitária nos territórios ocupados. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que enfrenta restrições no acesso às prisões e pediu que as autoridades israelenses permitam visitas humanitárias regulares.
O governo de Israel sustenta que as prisões seguem padrões legais e que as detenções são necessárias por motivos de segurança, mas a ONU afirma que o acesso limitado e a ausência de investigações independentes comprometem a transparência.
Assista abaixo ao vídeo de uma das ações:
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