“Let It Burn – Deixa Arder” é uma jornada para dentro do universo de Chico Chico, filho da lendária Cássia Eller. Em seu álbum mais visceral ele parece, de fato, acender uma chama, que tem início com “Tanto Pra dizer”, revelando uma faceta mais romântica do compositor, também presente em outras faixas como “Tempo de Louças” e “Não Carece
Como fogo indomável, Chico passeia por suas muitas influências, apresenta o blues “Two Mother’s Blues”; a milonga “Lugarzinho”, com o auxílio luxuoso do bandoneon de Richard Scofano; o groove brazucão “Hora H”; o gospel “Acaso Inevitável”; e a delicadíssima “Canção de Ninar”, que evoca temas mais lúdicos, assim como “Rita e Luisa”.
Navegando entre brasilidades e “norte-americanidades”, na grande travessia que é “Let It Burn”, tem muito de folk estadunidense, como em “Reason to Moan”; e um quê de folclore brasileiro, como na faixa “Na Minha Idade”. “Parabelo da Existência” traz as participações de Josyara nos vocais e nos violões, de Marcos Suzano na percussão e Carlos Malta no pife. “Esse é um disco muito diverso, então cada música que o Chico me apresentava eu tinha uma ideia bem distinta de arranjo e busquei ser fiel a cada gênero, usando instrumentações apropriadas para cada um deles”, comentou o produtor Pedro Fonseca.
Cantando ainda melhor, Chico Chico continua abrindo clareiras ao revisitar músicas de outros compositores, emprestando novas vestes para “Vila do Sossego” (Zé Ramalho), “Girl From the North Country” (Bob Dylan) e “Four and Twenty” (Stephen Stills), lançada por Crosby, Stills, Nash & Young.
“Let It Burn – Deixa Arder” é reflexo do Chico Chico hoje, sua expressão artística exata, ampliada pela produção de Pedro Fonseca, seu parceiro há alguns anos, e pelos excelentes músicos que o acompanham nessa travessia.
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