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Charlie Kirk pediu sanções ao Brasil, celebrou mortes palestinas e morreu por sua ideologia de ódio

(Foto: Laura Segall/AFP)

A morte do influenciador trumpista Charlie Kirk expõe as perigosas conexões entre o extremismo ideológico e a retórica inflamada que ele mesmo ajudou a cultivar. A ironia histórica é cruel e profundamente significativa: menos de seis meses antes de ser abatido a tiros durante uma palestra na Utah Valley University, Kirk demandava publicamente que o então presidente Donald Trump impusesse “tarifas e, se necessário, sanções ao Brasil”.

O motivo? O que ele classificou como o “comportamento imprudente e imoral” do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro – uma reação visceral à decisão da Corte de aceitar a denúncia contra Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado.

Há uma simetria perturbadora neste desfecho. O mesmo homem que, em março, advogava por medidas econômicas coercitivas contra um país soberano em represália a decisões judiciais independentes, tornou-se vítima da lógica do conflito irrestrito que seu movimento frequentemente instrumentaliza. Kirk operava no mesmo ecossistema de ataques às instituições, teorias conspiratórias e demonização de adversários que, em última instância, cria o caldo de cultura onde a violência física passa a ser vista por alguns como uma ferramenta política legítima.

Sua morte não é apenas a tragédia de um indivíduo; é um sintoma grave da doença que corrói o tecido democrático tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A bala que o atingiu não veio do Brasil, é claro, mas percorreu o mesmo caminho de ódio e irracionalidade que discursos como o seu ajudaram a pavimentar. Serve como um alerta sombrio: quando líderes políticos e influenciadores brincam com o fogo da instabilidade institucional e da guerra cultural, as chamas podem consumir até mesmo aqueles que as ateiam.

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Aquiles Marchel Argolo

Participante

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