Em seu voto durante o julgamento da trama golpista nesta quinta-feira (11), a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou como “líder de uma organização criminosa” ao praticar os crimes a ele imputados. A afirmação da magistrada confronta a posição confusa e sem nexo de seu colega de toga, Luiz Fux.
Sendo a quarta a se manifestar na sessão, o voto da ministra foi decisivo para a formação de maioria na Primeira Turma do STF, que condenou Bolsonaro e outros sete réus por todos os crimes listados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito sobre a tentativa de golpe.
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Em sua fundamentação, Cármen Lúcia detalhou a acusação, citando que o ex-presidente teria estruturado e liderado uma ampla articulação para deslegitimar o sistema eleitoral, atacar os Poderes constituídos, instrumentalizar instituições do Estado e cooptar comandos militares. O objetivo final, segundo ela, seria promover uma intervenção antidemocrática e assegurar a manutenção ou a tomada do poder pela força.
A ministra ressaltou que as ações não permaneceram no plano das ideias, mas se materializaram em um concreto plano de ruptura institucional. Ela citou como prova robusta a minuta de golpe de Estado encontrada em diversas cópias, que foi compartilhada, editada e discutida em mensagens e reuniões, demonstrando a existência de um esforço coletivo e organizado para consumar o intento.
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