A Câmara Federal pode votar nesta semana, o projeto do governo Lula que isenta do pagamento do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais. Na semana passada, os deputados aprovaram regime de urgência para a tramitação da matéria, e o presidente da Casa, Hugo Motta (Repub-PB), afirmou que o assunto é prioridade para o Legislativo.
Nos bastidores, porém, a bancada de oposição prepara uma manobra para retirar do texto o aumento na taxação das grandes fortunas que garantiria a compensação da isenção para quem ganha menos.
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Para compensar a perda de receitas, o governo propôs um imposto mínimo de até 10% para quem ganha mais de R$50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano. O projeto também estabelece a taxação dos ganhos dos super-ricos com lucros e dividendos de empresas.
Essas medidas impactam apenas 141 mil pessoas, ou 0,13% de todos os contribuintes do país. Já a isenção do IR até R$ 5 mil vai beneficiar 10 milhões de brasileiros.
Preocupados com o efeito que a reforma do IR pode trazer nas eleições de 2026, os parlamentares oposicionistas pretendem apresentar emendas ao texto do projeto para barrar o aumento do imposto para a alta renda. Caso isso aconteça, abriria-se um rombo de R$ 26 bilhões anuais nas contas do Executivo federal, o que prejudicaria programas sociais e investimentos em infraestrutura.
O objetivo é desgastar o governo Lula, mesmo que a custa da “responsabilidade fiscal” que a bancada de oposição tanto cobra do Executivo.
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