O gasto de R$ 3,3 milhões da Câmara dos Deputados com gabinetes de parlamentares presos ou fora do país voltou a provocar indignação e pedidos de cassação. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), defendeu a perda imediata de mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), ambos impedidos de receber salários por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo reportagem do Estadão, os valores incluem cerca de R$ 900 mil destinados ao gabinete de Eduardo Bolsonaro, que vive fora do Brasil, e R$ 103 mil mensais para a equipe de Zambelli, presa desde julho na Itália. O levantamento também cita o ex-deputado Chiquinho Brazão, que, mesmo detido, manteve uma estrutura de 24 assessores custando mais de R$ 120 mil por mês.
Lindbergh criticou duramente o caso, afirmando que “não é aceitável que o povo brasileiro pague por gabinetes de quem não trabalha e conspira contra o país”. Ele denunciou um suposto “acordão” para livrar Eduardo Bolsonaro da cassação, permitindo que o parlamentar apenas perca o mandato por faltas — o que o manteria elegível para 2026.
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O tema reacendeu o debate sobre a falta de controle nos gastos públicos e levou deputados governistas a apresentar um projeto que proíbe o chamado “mandato home office”, exigindo presença efetiva dos parlamentares.
Para além da disputa política, o episódio reforça o distanciamento entre Congresso e população: pesquisa Genial/Quaest mostra que 83% dos brasileiros acreditam que deputados e senadores agem em benefício próprio. Enquanto isso, cresce a pressão por mais transparência e responsabilidade no uso do dinheiro público.
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