O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta terça-feira (02) que está mais do que provado que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e seus aliados tentaram um golpe de estado para permanecerem no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022. De acordo com Gonet, as provas são fartas e foram fornecidas pelo próprio Bolsonaro e seus asseclas.
Não há como negar fatos praticados publicamente, planos apreendidos, diálogos documentados e bens públicos deteriorados
lembrou ele.
O procurador destacou, por exemplo, para a minuta de decreto golpista que foi apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, um dos réus na ação penal.
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Organização do golpe foi documentada
Ele também citou os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que confirmaram terem sido apresentados a decretos de teor golpista em reunião com Bolsonaro.
Os próprios integrantes da organização criminosa fizeram questão de documentar quase todas as fases da empreitada
assegurou Gonet.
Ele disse, sobre a operação “Copa 2022” e o “Plano Punhal Amarelo”, que ambos previam prisão e até assassinato do presidente Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Ex-presidente assumiu publicamente intenções golpistas
Sobre Bolsonaro, o procurador Gonet citou reunião ministerial realizada em 5 de julho de 2021, na qual o ex-presidente aparece em vídeo conclamando seus auxiliares a atacar e espalhar desinformação sobre o sistema eletrônico de votação. Outro episódio mencionado pelo PGR foram discursos do ex-presidente em eventos como a comemorações do 7 de setembro de 2021.
Na ocasião, lembrou o PGR, Bolsonaro ameaçou ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dizendo em discurso a apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, que “só saio preso, morto ou com vitória”.
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