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Bolsonaro articulou mudanças na Câmara em benefício próprio

Relatório da PF revelou que Jair Bolsonaro pediu explicitamente a Cavalcante para executar a ideia das mudanças. (Foto: Presidência da República/Divulgação)

Jair Bolsonaro articulou mudanças regimentais na Câmara e sondou espaços estratégicos na gestão de Tarcísio de Freitas como forma de salvar o mandato de seu filho Eduardo Bolsonaro, que há meses está no exterior lutando contra o Brasil.

Análises realizadas no celular apreendido do ex-presidente revelam que articulações atribuídas a parlamentares do PL podem ter sido orquestradas por ele. Caso os gestos sejam aceitos como prova, o que hoje é visto como manobra parlamentar pode repercutir também nas esferas jurídicas.

A proposta de Sóstenes Cavalcante (PL) sugeria permitir a renovação de permissões de ausência por motivos particulares por mais 120 dias. Enviada à Mesa Diretora em julho, caso seja aceita, a nova regra permitirá que parlamentares acumulem até 16% de ausências no período de mandato. Além de absurda, a proposição pode configurar crime, já que relatório da PF, divulgado nesta semana, revelou que Jair Bolsonaro pediu explicitamente a Cavalcante para executar a ideia.

Sóstenes, abusando da tua boa vontade aí. Vê se a gente pode, nesse dispositivo do regimento interno, prorrogar por igual período, mais quatro meses. Vê se é possível aí. Ou seja, um projeto de resolução

pediu Bolsonaro ao líder do PL na Câmara, que horas depois protocolou o pedido.

O último relatório da PF destacou, pela primeira vez, a possível coação de membros do Legislativo, além dos já conhecidos ataques ao STF. Os direcionamentos dados por Jair poderiam enquadrar as tentativas de blindagem familiar em crimes como improbidade administrativa, abuso de poder, conluio ou até tráfico de influência.

Embora o documento não cite diretamente o Executivo, tudo leva a crer que o ex-presidente também tentou exercer sua influência no governo de São Paulo, sondando a possibilidade de “sanar o Zero Três” por meio da nomeação de um cargo no estado

Atualmente, Eduardo Bolsonaro responde a quatro processos de cassação no Conselho de Ética, todos relacionados a atos antidemocráticos e ataques à soberania nacional. Ainda assim, a maior ameaça ao mandato não vem desses pedidos. Se ele mantiver o ritmo atual de ausências, deve atingir o limite já no próximo semestre, o que tornaria sua cassação por faltas uma questão de tempo, independentemente da tramitação dos pedidos de cassação.

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