O boicote da bancada de oposição bolsonarista ao início dos trabalhos do Congresso Nacional, que ocorreu na terça-feira (05), custou aos cofres públicos e ao contribuinte brasileiro mais de R$ 40 milhões em um único dia. Parlamentares ocuparam as mesas diretoras da Câmara Federal, impedindo a retomada das votações, dizendo que só deixarão o local se for colocada em pauta a anistia aos golpistas de 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A manifestação obrigou as presidências das duas casas a cancelarem a primeira sessão deliberativa após o recesso.
Levando em conta que o Orçamento da Câmara Federal para 2025 é de mais de R$ 8,5 bilhões, o travamento das votações na Casa teve um custo de R$ 23.546.557,76 apenas nesta terça-feira. Já no Senado, cujo Orçamento total para este ano é de R$ 6,3 bilhões, a conta deixada pelos bolsonaristas aos brasileiros foi de R$ 17.306.960,02 em apenas um dia.
Para se ter uma ideia do que isso significa, o gasto somado diário dos dois legislativos seria suficiente para construir mais de 320 casas populares com 70 metros quadrados cada.
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Levando em conta que o Piso Salarial dos professores da educação básica da rede pública de ensino no ano passado era de R$ 4.580,57 mensais, os R$ 40 milhões gastos pelas duas Casas seria suficiente para pagar os salários de quase 9 mil profissionais do magistério. A mesma verba também poderia pagar um salário de R$ 7.500,00 a 5.500 médicos da rede pública de saúde.
O Orçamento anual da Câmara é maior do que o de 16 ministérios do governo federal, entre eles pastas como a do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (R$ 3 bilhões); da Cultura (R$ 4,2 bilhões); do Meio Ambiente (R$ 4,2 bilhões); do Desenvolvimento Agrário (R$ 6,2 bilhões); do Esporte (R$ 3,1 bilhões); do Turismo (R$ 3,1 bilhões); das Mulheres (R$ 370 milhões); e da Igualdade Racial (R$ 217 milhões), entre outros. O mesmo acontece com o Orçamento do Senado.
Além do prejuízo financeiro, a paralisia do Legislativo provocada pela chantagem dos deputados e senadores aliados de Bolsonaro barra o avanço de pautas prioritárias para a população, como o projeto do governo Lula que prevê a isenção do Imposto de Renda de quem recebe até R$ 5 mil mensais. Somente essa medida beneficiaria mais de 10 milhões de brasileiros, que ao ficarem livre do pagamento do IR, teriam mais dinheiro para sustentar suas famílias.
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