A crise envolvendo bebidas adulteradas em São Paulo atingiu bares conhecidos da capital e da região metropolitana. O Ministrão, localizado na Rua Ministro Rocha Azevedo, nos Jardins, foi interditado nesta terça-feira (30) em uma operação da Polícia Civil com a Vigilância Sanitária. Mais de cem garrafas de destilados foram apreendidas para análise da Polícia Científica, que vai investigar se há contaminação por metanol.
O dono do bar, Zé Rodrigues, foi levado à delegacia. Em depoimento, admitiu ter comprado bebidas de vendedores de rua, mas negou que houvesse produto irregular dentro do estabelecimento. Mesmo assim, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou a interdição e informou que o local pode sofrer punições que vão de multa ao fechamento definitivo.
Outro endereço citado nas investigações fica na Alameda Lorena, no Jardim Paulista. Uma das vítimas relatou ter consumido caipirinhas nesse bar antes de apresentar sintomas graves de intoxicação e perder a visão. O local também foi alvo da fiscalização, mas o nome não foi divulgado oficialmente.
Na região do ABC, a situação não é diferente. Em São Bernardo do Campo, um bar sem nome divulgado foi interditado durante ação conjunta de fiscalização. O município já registrou três mortes associadas ao consumo de bebidas supostamente adulteradas. Uma mulher de 30 anos continua internada em estado grave.
Já o Villa Jardim, em São Bernardo, decidiu suspender as atividades por conta própria. Em nota publicada nas redes sociais, o bar informou que a decisão é preventiva e visa colaborar com as investigações. O comunicado reforçou que todas as bebidas vendidas no local são adquiridas de distribuidores regulares e com nota fiscal.
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Situação no Estado
Até o momento, São Paulo soma 22 episódios de intoxicação por metanol, com seis mortes. O governo estadual criou um gabinete de crise para monitorar a situação e reforçar a fiscalização em bares e adegas.
Alerta aos consumidores
Autoridades reforçam que sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa e náuseas podem ser sinais de intoxicação. A recomendação é não consumir bebidas sem procedência clara e desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
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