A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu investigação por crime de fraude processual contra as pessoas que retiraram corpos de uma área de mata do Complexo da Penha após a megaoperação “Contenção”, realizada na terça-feira (28). A informação foi confirmada por representantes das forças de segurança em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (29).
O anúncio ocorre em meio a divergências sobre o número de mortos na ação. Na manhã de quarta, a Defensoria Pública do Estado havia informado que a operação nos complexos da Penha e do Alemão resultara em pelo menos 130 mortos. Já a Polícia Civil carioca, em balanço divulgado à noite, elevou o número para 121 vítimas fatais.
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A cena na Praça da Penha, na Zona Norte do Rio, foi descrita por moradores e ativistas como chocante: corpos alinhados sobre uma lona, após terem sido retirados por civis da região de mata do Complexo da Penha ao longo da madrugada. De acordo com esses relatos, mais de 60 corpos foram removidos pela própria comunidade antes do acionamento oficial dos órgãos de perícia.
A “Operação Contenção”, considerada a mais letal da história do estado, mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar. A ação, que resultou também na apreensão de 93 fuzis e na prisão de 81 pessoas, incluindo um suposto operador financeiro do Comando Vermelho, foi baseada em mais de um ano de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
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