O assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, em Belo Horizonte, ganhou novos contornos com o indiciamento da delegada Ana Paula Balbino Nogueira por descuido na guarda da arma usada pelo marido. Preso preventivamente, Renê da Silva Nogueira Júnior já havia demonstrado um comportamento problemático em vídeos que vieram à tona nas últimas semanas, nos quais aparece atirando em festas, ostentando armas em situações informais e exaltando a violência com frases como “pegou, arranca perna”.
A frieza também marcou suas atitudes após o crime. Em mensagens enviadas à esposa, Renê minimizou o episódio com frases como “amor, eu não fiz nada” e “estava no lugar errado e na hora errada”, além de sugerir a troca do armamento entregue à polícia — numa tentativa de manipular as investigações.
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Além do impacto imediato, o caso expôs fragilidades institucionais que agora são alvo de apuração. A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais investiga a conduta da delegada Ana Paula Balbino, tanto pela guarda da arma usada no crime quanto pela tentativa do marido de envolvê-la em uma manobra de ocultação de provas. Paralelamente, o Ministério Público pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal para garantir indenização à família de Laudemir.
Renê responde por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma de fogo, crimes que podem levá-lo a até 35 anos de prisão.
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