Antes das primeiras rodadas de negociação, a COP30 começou pela cultura em Belém (PA). Rituais indígenas, música amazônica e performances de artistas paraenses marcaram a manhã desta segunda (10) na Plenária Amazonas, palco central da conferência.
A sessão foi aberta às 10h30 com a transferência simbólica da presidência da COP29 (Azerbaijão) para o Brasil e com falas da organização, numa agenda que reforça a fase de execução: fazer valer o que já foi pactuado — financiamento, NDCs mais claras, perdas e danos funcionando e transição energética na economia real.
O povo Guajajara levou cantos, danças e maracás ao centro do plenário, numa apresentação curta e simbólica que antecipou o tom do encontro: ciência + saberes tradicionais.
Nas palavras da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara:
Belém será o lugar onde a ciência e o saber ancestral poderão caminhar lado a lado. Que a COP30 seja lembrada como o momento em que a humanidade reconheceu que os povos indígenas não são apenas parte da solução: são protagonistas do futuro que precisamos construir coletivamente.
A apresentação, acompanhada de defumação simbólica, levou a ancestralidade para o centro do palco e foi recebida com aplausos longos. A ministra reforçou:
A presença indígena não é adereço, é conteúdo político da conferência.
Entre as falas oficiais, trechos musicais de base amazônica fizeram as transições da programação. Uma cena curta sobre “construção coletiva do futuro”, com projeções de rios e florestas no telão da plenária, manteve a estética amazônica no centro.
- COP30 começa em Belém com foco em implementar acordos
- Lula faz apelo na COP30: investir no clima custa menos que financiar guerras
- Às vésperas da COP30, licença na Amazônia provoca indignação
Fafá de Belém cantou “Amazônia” e deu as boas-vindas às delegações — gesto recebido com forte aplauso no plenário. À noite, ela volta aos palcos da cidade, com show gratuito na Arena Jambu (Sesc Doca), a partir das 19h, com doação de 1 kg de alimento (retirada de ingressos pela EventMaster).
No fim da manhã, por volta do meio-dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na abertura oficial da COP30, defendendo “derrota aos negacionistas”, mais financiamento para países em desenvolvimento e a Amazônia como eixo de soluções .
A programação cultural se espalha pela cidade ao longo do dia. Enquanto o Museu das Amazônias (MOA) opera com agenda especial durante a COP, de 10 a 21 de novembro, a Praça da Bandeira recebe o FreeZone Cultural Action, espaço aberto ao público, que recebe exibições, shows e rodas de conversa — a arena cultural começou no domingo (9) e mantém atividades diárias até o fim da conferência.
À noite, a Central da COP abre às 18h no Teatro Waldemar Henrique, com uma programação que combina debates, cinema e espetáculos ao longo da conferência. A Zona Verde (Parque da Cidade) segue como o principal espaço público da COP30, com atividades gratuitas e sem necessidade de credenciamento, reunindo exposições, oficinas e apresentações artísticas.
Bookmark