A Arquidiocese de São Paulo determinou a realização de uma auditoria financeira na paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, zona leste da capital, que há 40 anos é liderada pelo padre Júlio Lancellotti. O religioso, conhecido nacionalmente por seu trabalho em defesa das pessoas em situação de rua e populações vulneráveis, afirmou que se trata de um procedimento administrativo de rotina.
“Auditoria financeira tem sempre. É feita todos os meses nas mais diversas paróquias da cidade”, declarou Lancellotti, buscando não entrar na polêmica e afastar qualquer conotação de perseguição ou investigação extraordinária.
Padre Júlio Lancellotti é uma das vozes mais ativas na defesa dos direitos humanos na cidade de São Paulo, frequentemente denunciando ações de remoção violenta de moradores de rua e criticando políticas públicas que considera excludentes. Sua atuação já gerou atritos com gestões municipais e, eventualmente, com setores mais conservadores dentro da própria Igreja
Embora o padre desdramatize o procedimento, a auditoria ocorre em um momento de visibilidade intensa de sua atuação e de possíveis tensionamentos internos. A Arquidiocese de São Paulo, atualmente liderada pelo cardeal Odilo Pedro Scherer, mantém tradição de controle financeiro regular sobre as paróquias, mas a especificidade do caso Lancellotti pode gerar interpretações políticas.
Até o momento, a Arquidiocese não se pronunciou publicamente sobre a auditoria ou seus motivos. O padre segue exercendo suas atividades normalmente, e a paróquia continua com seus projetos sociais em funcionamento.
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