Após a bancada de oposição ocupar as mesas diretoras do Senado e da Câmara em protesto contra a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e impedir primeira sessão do Legislativo após o recesso, os presidentes das duas casas, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Repub-PB), se manifestaram no início da noite desta terça-feira (05).
Alcolumbre lembrou que os parlamentares têm obrigação de retomar os trabalhos para votar pautas prioritárias, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Já Motta cancelou a sessão desta terça e convocou uma reunião dos líderes partidários para esta quarta-feira (06).
Acompanho a situação em Brasília desde as primeiras horas do dia de hoje, inclusive o que vem acontecendo agora à tarde no Plenário da Câmara. Determinei o encerramento da sessão do dia de hoje e amanhã chamarei reunião de líderes para tratar da pauta, que sempre será definida com base no diálogo e no respeito institucional. O Parlamento deve ser a ponte para o entendimento
disse o presidente da Câmara.
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O Parlamento tem obrigações com o país na apreciação de matérias essenciais ao povo brasileiro. A ocupação das Mesas das Casas, que inviabilize o seu funcionamento, constitui exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos. Faço, portanto, um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população
afirmou Alcolumbre.
O presidente do Senado também disse que reunirá os líderes para discutir a pauta, mas não definiu uma data.
Pacote de paz
Parlamentares da oposição informaram que iriam obstruir as votações na Câmara e no Senado até que a direção das duas Casas decidisse colocar em votação matérias classificadas por eles como “pacote da paz”.
Entre as medidas estão anistia ampla e irrestrita aos acusados pelos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro em 2023, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e uma proposta de emenda à Constituição que extingue o foro privilegiado.
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