Primeira vereadora eleita pelo PSOL de Curitiba, a professora Ângela (PR) agora é cotada para disputar o posto de primeira deputada eleita para a Assembleia Legislativa do Paraná em 2026.
Ângela chega ao final de 2025, primeiro ano de seu mandato, contabilizando uma vitória contra a extrema-direita da Câmara Municipal da capital paranaense, que tentou, sem sucesso, cassá-la sob a acusação de quebra de decoro, por ter promovido uma audiência pública e distribuído uma cartilha sobre a política de redução de danos para tratamento de dependentes químicos.
Os vereadores bolsonaristas chegaram a marcar a sessão para votar a cassação da parlamentar para 18 de novembro, mas a Justiça derrubou a medida por falhas flagrantes no processo.
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Visibilidade
A vitória garantiu à professora uma visibilidade ainda maior perante a opinião pública, levando o PSOL a avaliar vôos maiores para ela no cenário político. “É natural que após um ano de mandato e com a grande exposição que sofremos com a tentativa de cassação muitos avaliem que é propício se lançar para algum cargo superior”, confirma a educadora.
Apesar de destacar que ainda é cedo para uma decisão, ela admite que a tarefa central das forças progressistas do País no futuro próximo é combater o “neofacismo” que cresce no País.
“A direita bolsonarista certamente tentará se reorganizar com muita força após a prisão do seu líder. Por isso, vejo que, com todas as críticas que temos ao governo Lula, principalmente do ponto de vista econômico, lutar pela sua reeleição será muito importante como contenção do ímpeto antidemocrático abertamente defendido pela extrema-direita”, observa a professora, lembrando que um dos possíveis candidatos ao governo do Paraná no ano que vem é o ex-juiz da Lava Jato e senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
“Acredito ser necessário um programa de enfrentamento às oligarquias, de reconstrução dos serviços públicos frente à sanha privatista e de defesa da natureza diante da catástrofe climática que nos assola”, defende.
Contraponto
Para Ângela, a esquerda precisa construir candidaturas contrapor o desmonte que o governo Ratinho Jr tem implementado no Paraná na área da educação.
“Opino que primeiramente o PSOL deva debater com sua base a tática eleitoral para 2026. Segundo, defendo que façamos um diálogo franco, aberto e não sectário com os partidos e organizações progressistas a fim de construirmos um programa comum. E por fim, como sempre fiz, coloco meu nome à disposição do partido. Acredito honestamente que podemos mais uma vez fazer história e eleger o primeiro mandato do PSOL na ALEP”, confirma ela.
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