Javaporcos com carne azul neon foram encontrados mortos na Califórnia, nos Estados Unidos. O veneno agrícola que os matou, tingido de azul para diferenciar ração de veneno, escancarou a contaminação da fauna e o descaso com a vida. O episódio acendeu alertas entre autoridades e caçadores, mas também revela como a agricultura envenena silenciosamente animais, território e gente.
As autoridades da Califórnia confirmaram que a coloração vem da ingestão de difacinona, um veneno de rato usado em áreas agrícolas e tingido artificialmente de azul, por medidas de segurança. O episódio expõe não apenas o risco imediato à saúde pública e à fauna, mas também a dependência de venenos na lógica produtiva. No Brasil, o uso de agrotóxicos bateu recorde em 2024, com mais de 600 novos produtos liberados pelo governo, consolidando o país entre os maiores consumidores mundiais dessas substâncias.
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Pesquisas anteriores já haviam apontado sinais de contaminação. Um levantamento da Universidade de Nebraska, em 2018, mostrou que cerca de 8% dos javaporcos analisados na Califórnia apresentavam resíduos do mesmo agrotóxico no sangue. A descoberta atual, com animais inteiros exibindo carne azulada, amplia a preocupação das autoridades, que alertam para o risco de bioacumulação do veneno em outros animais e na cadeia alimentar.
O Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia mantém o monitoramento nas áreas rurais do condado de Monterey e recomenda que a carne de javaporcos caçados na região não seja consumida. O caso segue em análise, enquanto autoridades ambientais reforçam a necessidade de revisão no uso de rodenticidas agrícolas e dos impactos do seu manejo sobre a fauna silvestre.
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