A volta do técnico Abel Braga ao Internacional começou com uma polêmica homofóbica durante sua coletiva de apresentação nesta segunda-feira (1º). O treinador de 73 anos, contratado para substituir Ramón Díaz, fez uma declaração preconceituosa ao criticar o uniforme de treino do clube gaúcho.
Ao enaltecer a presença de Andrés D’Alessandro como diretor, Abel Braga afirmou: “Eu fiz uma brincadeira. No fundo, ele (D’Alessandro) deu esporro em todo mundo. Eu falei: ‘Pô, eu não quero meu time treinando de camisa rosa, parece time de veado’”.
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Diante da repercussão negativa, o treinador recorreu às redes sociais para se retratar horas depois. “Colorados e coloradas, em primeiro lugar reconheço que não fiz uma colocação boa sobre a cor rosa durante a minha coletiva. Ante que isso se prolifere, peço desculpas. Cores não definem gêneros. O que define é caráter”, escreveu.
Apesar do pedido de desculpas, a declaração inicial gerou ampla condenação nas redes sociais e entre especialistas em diversidade, que apontaram o episódio como mais um exemplo de homofobia estrutural no ambiente do futebol brasileiro

Abel Braga assume o Internacional em situação crítica: o clube ocupa a 17ª posição no Campeonato Brasileiro, dentro da zona de rebaixamento, com apenas 41 pontos. Nas duas rodadas finais, o Colorado enfrentará São Paulo (fora) e RB Bragantino (em casa), precisando de resultados positivos para escapar da queda.
A polêmica homofóbica ofuscou o anúncio do retorno do treinador, que é considerado ídolo no Beira-Rio por suas passagens anteriores bem-sucedidas. O episódio também levantou questões sobre a necessidade de educação continuada sobre diversidade no esporte, especialmente entre profissionais veteranos.
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