Eles se apresentavam como executivos bem-sucedidos, frequentavam restaurantes caros, chegavam em carros importados e ostentavam escritórios em endereços nobres de São Paulo. Por trás da fachada, porém, estava um esquema milionário de fraudes que levou diversas empresas à falência. Anderson de Oliveira, Cristiano de Oliveira e Ricardo Avilez receberam pena de sete anos de prisão em regime fechado, após a Justiça concluir que eles lideravam um esquema voltado a fraudar empresários que buscavam socorro financeiro para suas companhias.
Segundo a Justiça paulista, o trio criou um conglomerado de fachada, o AJC Group (All Jaber Company), com aparência de fundo de investimento dedicado à reestruturação de negócios endividados, mas o verdadeiro objetivo era esgotar o patrimônio das companhias adquiridas.
A investigação do Ministério Público apontou que o grupo usava auditorias simuladas e contratos com pagamentos parcelados para assumir o controle de empresas. Em seguida, desviava receitas, demitia funcionários sem quitar rescisões e deixava de pagar fornecedores e impostos. Quando os negócios entravam em colapso, os três desapareciam e ocultavam o patrimônio em nome de laranjas e familiares.
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O padrão se repetiu em diferentes casos. A compra da tradicional padaria Padoca do Anão, por exemplo, resultou em prejuízo total ao antigo dono, após o grupo trocar as máquinas de cartão e reter as vendas. A Devemada Engenharia, com 22 anos de atuação, também quebrou após firmar contrato de R$ 21,6 milhões cujas parcelas nunca foram pagas.
De acordo com o juiz Guilherme Martins Kellner, os acusados causaram “consequências catastróficas”, com prejuízos superiores a R$ 39 milhões e dezenas de empresas arruinadas. As defesas negam o crime e dizem que se tratam apenas de desentendimentos comerciais.
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