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A chupeta infantil que virou febre entre adultos ansiosos e o método simples que a ciência aponta como solução real

Especialistas alertam: o efeito é passageiro e superficial, e pode trazer riscos para a saúde física e emocional. (Foto: Getty Images/Reprodução)

Por Prof. Felipe Kutianski 

A “chupeta para adultos” está viralizando nas redes sociais e já conquistou adeptos no Brasil, China e Estados Unidos. Vendida como um “alívio rápido” para ansiedade, estresse e até insônia, o acessório resgata uma sensação de conforto infantil. Mas especialistas alertam: o efeito é passageiro e superficial, e pode trazer riscos para a saúde física e emocional.

Em contrapartida, cresce o volume de estudos apontando um método simples, barato e sem contraindicações, que pode ajudar muito mais as pessoas, do que uma chupeta de borracha: a calistenia. Os treinos com o peso do próprio corpo, já conhecidos no mundo do esporte, começam a ser vistos também como ferramenta poderosa para reduzir a ansiedade, melhorar o humor e prevenir recaídas emocionais.

Da China para o mundo: a “moda” da chupeta

Essa tendência começou na China, com vendas que chegam a mais de 2 mil unidades por mês em plataformas como Taobao e JD.com, com preços entre R$5 e R$380. Nas redes sociais, usuários relatam que o movimento de sucção traz “sensação de segurança” e reduz a apreensão. Esse mecanismo é chamado de regressão: o retorno inconsciente a comportamentos infantis para lidar com pressões do presente, segundo algumas abordagens da psicologia. 

Apesar do aparente conforto, alguns profissionais de odontologia apontam alguns riscos: desalinhamento dentário, disfunção da articulação temporomandibular, dificuldade de mastigação e até risco de sufocamento durante o sono. Há ainda a possibilidade de infecções quando a higiene é negligenciada.

A chupeta surge como uma solução paliativa, que não trata as causas da ansiedade. Ela funciona como um anestésico emocional de curto prazo, e não fortalece os mecanismos internos de enfrentamento. É aí que mora o perigo.

O problema de não enfrentar a causa

A busca por soluções rápidas para questões emocionais é um reflexo do tempo em que vivemos. Objetos como a chupeta de adultos oferecem alívio imediato, mas não estimulam habilidades essenciais para lidar com o estresse, como autorregulação emocional, disciplina e construção de hábitos saudáveis.

A longo prazo, esse tipo de fuga pode reforçar a dependência de estímulos externos para manter a calma, deixando o indivíduo mais vulnerável a crises. Em outras palavras, ao invés de se fortalecer psicologicamente, esse recurso cria uma “muleta” que pode se tornar um problema no futuro.

Calistenia: o movimento como antídoto

Enquanto a chupeta atua como “válvula de escape”, a calistenia se destaca como estratégia de tratamento e prevenção da ansiedade com base científica robusta.

Pesquisas mostram que não é preciso passar horas treinando para sentir os efeitos na mente e no corpo. Um estudo publicado no International Journal of Human Movement and Sports Sciences revelou que cinco minutos por dia já bastam para reduzir sintomas de depressão, ansiedade e estresse em adolescentes.

Com crianças, o resultado foi semelhante: três semanas de prática foram suficientes para diminuir significativamente os níveis de estresse, segundo o Journal of Neonatal Surgery.

O segredo está nas reações químicas que o exercício provoca no cérebro. A calistenia estimula a produção de moléculas, que melhoram o humor, aumentam a concentração e fortalecem a capacidade de lidar com situações de pressão.

Por que o exercício supera soluções passageiras?

O diferencial da calistenia, e de qualquer outra modalidade de exercício físico regular, é que os benefícios se acumulam com o tempo. Cada treino contribui para um corpo mais forte, um sistema cardiovascular mais eficiente e um cérebro mais adaptável ao estresse.

Além disso, ao contrário da chupeta, que age de fora para dentro, a calistenia constrói resiliência interna. É o próprio corpo produzindo as ferramentas químicas e fisiológicas para se proteger do desgaste mental.

Dezenas de estudos reforçam que, por não depender de equipamentos e poder ser praticada em casa, a calistenia oferece alta adesão, e os ganhos vão além da saúde mental: força, resistência e flexibilidade são componentes que sustentam o bem-estar físico por décadas.

O que está em jogo?

Em um mundo acelerado, onde o estresse é quase inevitável, a escolha do método para lidar com ele é decisiva. Soluções rápidas, como a “chupeta de adultos”, oferecem conforto temporário, mas não constroem a base para uma vida equilibrada.

A calistenia, por outro lado, é um investimento a longo prazo. Em minutos por dia, sem custo e sem dependência de equipamentos, ela atua tanto na prevenção quanto no tratamento da ansiedade, e com comprovação científica.

O corpo foi feito para se mover. Quando você se exercita, não está apenas cuidando dos músculos ou da estética. Está fortalecendo o sistema que regula suas emoções, seu foco e até…  sua capacidade de enfrentar desafios.

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Redação BFC

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