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51 mortos no Nepal: protestos vão além da corrupção

Foto: Divulgação/Instagram

Depois de semanas de tensão, uma proibição governamental de 26 redes sociais detonou protestos em massa liderados pela juventude nepalesa. Corrupção, privilégios e o sistema político que favorece elites são os principais temas levantados por essa parcela da população.

As manifestações, conhecidas como “protestos Gen Z”, podem ter resultado em 51 mortes, dezenas de instituições públicas incendiadas e o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli forçado a renunciar. Agora, o Nepal tem uma primeira-ministra interina — Sushila Karki — e caminha para eleições em meio a apelos por transparência, reforma institucional e uma nova democracia representativa.

É verdade que os protestos do Nepal não soam estranhos, à primeira vista, para os brasileiros que vivenciaram as jornadas de 2013, quando manifestações bem-intencionadas tiveram sua narrativa capturada por interesses paralelos ao clamor das ruas. A semelhança é estrutural: aqui, o pano de fundo era a descoberta do pré-sal e a pressão sobre o modelo de serviços terceirizados e de consumo popular que ampliava o mercado interno, sob os olhos atentos do imperialismo estadunidense.

Lá, o fio condutor é a disputa por hidrelétricas, rotas de transmissão de energia e infraestrutura logística, em um tabuleiro onde Índia, China e Estados Unidos tentam definir quem controla o futuro do Himalaia. No centro, um país altamente dependente de remessas, cercado por vizinhos poderosos e pressionado a abrir seus recursos hídricos e sua posição estratégica a projetos que interessam mais a potências estrangeiras do que à sua população.

Segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,2 milhões de nepaleses vivem no exterior, enviando remessas que respondem por quase um terço da economia nacional. Esse desequilíbrio faz do Nepal o quinto país mais dependente de remessas no mundo. É nesse vácuo interno — de empregos, renda e perspectivas — que os protestos Gen Z se enraízam, mostrando que a crise não é apenas política: é o reflexo estatístico de um país cuja juventude precisa emigrar para sustentar o próprio futuro.

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