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112 anos de Vinícius de Moraes: 5 obras para você conhecer a veia literária do músico que fez aniversário neste domingo (19)

112 anos de Vinícius de Moraes: 5 obras para você conhecer a veia literária do músico que faz aniversário neste domingo (19)

O BFC relembra os 112 anos de nascimento de Vinicius de Moraes, um dos maiores nomes da cultura nacional, neste domingo (19). Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes (1913–1980), carinhosamente conhecido como o “Poetinha”, foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata e letrista, com suas contribuições tanto no mundo da música quanto da literatura, sendo um dos pilares mais sólidos e influentes na cultura brasileira e um dos nomes de maior destaque na Música Popular Brasileira (MPB) e no Bossa Nova – ao lado das parcerias fortes e revolucionárias com Tom Jobim e João Gilberto.
 

Ganhando fama dentro e fora do Brasil por sucessos como “Garota de Ipanema”, Vinícius de Moraes também é um autor reconhecido, escrevendo livros desde 1936 até 1977, poucos anos antes de sua morte. Por mais que suas letras tenham ganhado mais holofote, poucos conhecem a vertente poeta de Vinícius, com características presentes do neo-simbolismo e da segunda fase do Modernismo e diversidade temática, com poemas católicos, românticos, sociais e até eróticos.
 

Para conhecer mais e ter acesso à sua genialidade, confira aqui os cinco livros de poemas que esmiunçam cada fase do autor. Todos os cinco listados – e mais 17 outros títulos do autor, incluindo poesia e prosa – estão livres e gratuitos para leitura pela plataforma BiblioSP Digital, plataforma gratuita do Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo que oferece acesso a 17 mil livros digitais.
 

As Fases de Vinicius de Moraes Refletidas em Seus Principais Livros

Poemas, Sonetos e Baladas (1946) marca o início da fase espiritual e metafísica de Vinicius de Moraes, quando o poeta ainda expressava uma forte influência religiosa e filosófica. Nesse período, suas obras revelam a busca pela pureza da alma, pelo amor idealizado e pela relação entre o divino e o humano. O lirismo é intenso e reflexivo, mostrando um Vinicius que ainda equilibrava fé e sensibilidade poética.

Em Todo Amor (2017), o poeta aprofunda-se na temática amorosa, demonstrando um lirismo intenso e confessional. Nessa fase, Vinicius se mostra plenamente entregue ao sentimento amoroso, abordando o amor em suas múltiplas formas — erótica, idealizada, sofrida e apaixonada. O livro reflete o amadurecimento de sua linguagem e a consolidação de seu estilo poético voltado à celebração do amor como força vital.

Em Livro de Sonetos (1957), Vinicius alcança sua fase amorosa clássica, em que o amor é retratado em sua plenitude e contradições. O famoso Soneto de Fidelidade sintetiza esse momento de maturidade sentimental e poética, com versos que equilibram paixão e efemeridade — “que não seja imortal, posto que é chama, / mas que seja infinito enquanto dure.”

Já em Para Viver um Grande Amor (1962), o poeta se encontra em uma fase mais madura e cotidiana, onde mescla crônicas e poemas para celebrar o amor vivido, o humor e a leveza. Aqui, Vinicius aparece mais humano, com uma escrita que combina o lirismo à experiência concreta da vida e das relações.

Por fim, A Arca de Noé (1970) representa a fase infantil e lúdica de Vinicius, em que o poeta se volta à imaginação e à musicalidade voltada às crianças. Os poemas transformados em canções, como A Casa e O Pato, revelam um Vinicius brincalhão e acessível, mostrando que sua poesia podia encantar todas as idades sem perder a profundidade.

Relevância na Música

Sua trajetória artística combinou a sofisticação literária com uma lírica popular, explorando temas universais como o amor, a saudade e a vida em seus mais diversos aspectos. Na literatura, destacou-se por uma poesia de profunda sensibilidade, imortalizada em obras como o célebre Soneto de Fidelidade e peças de teatro aclamadas, como Orfeu da Conceição, que inspirou o premiado filme Orfeu Negro.

Na música, Vinícius foi um dos arquitetos da Bossa Nova. Sua parceria com o maestro Tom Jobim rendeu clássicos globais como Garota de Ipanema, Chega de Saudade e Eu Sei Que Vou Te Amar. Sua versatilidade se expandiu em parcerias inesquecíveis com outros gigantes, como Baden Powell, com quem criou o afro-samba, em canções como Canto de Ossanha — e, principalmente, Toquinho, seu companheiro constante de palco e estúdio, resultando em sucessos como Aquarela e Tarde em Itapoã.

O legado de Vinicius de Moraes é a celebração da paixão, com o lembrete de que o amor, como a vida, deve ser “infinito enquanto dure”. Sua obra continua a influenciar gerações e a integrar o repertório essencial da nossa identidade cultural.

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Aquiles Marchel Argolo

Jornalista, escritor, fã de cultura pop, antirracista e antifascista. Apaixonado por comunicação e tudo que a envolve. Sem música a vida seria impossível!

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