O pastor Silas Malafaia, aliado histórico do bolsonarismo, afirmou que a indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para disputar a Presidência em 2026 foi tomada em um momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria “debilitado emocionalmente”. Em entrevista à coluna de Paulo Cappelli, o líder religioso disse respeitar Flávio, mas que “não vai engolir” a escolha.
“O presidente Bolsonaro está debilitado emocionalmente. Quando essa turma do PT recebeu condenações, ninguém ficou emocionalmente abalado porque, quando a pessoa sabe o que faz, ela não entra em depressão. Já a injustiça leva à depressão”, disse Malafaia.
O pastor sugeriu que a decisão foi influenciada pela visita de Flávio ao pai na prisão, em um momento de vulnerabilidade. “Não sei o que ele falou para Bolsonaro. O momento emocional de Bolsonaro é frágil. Frágil por essas injustiças, essa covardia, essa farsa de pseudogolpe, que condena um cara inocente. Então emocionalmente, ele está chocado”, argumentou.
Malafaia defende publicamente uma chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice. Flávio, no entanto, já declarou que sua candidatura é “irreversível”.
As declarações expõem a cisão no núcleo duro do bolsonarismo sobre quem deve herdar a liderança do movimento em 2026. Enquanto Malafaia aposta em Tarcísio – visto como um nome com maior apelo técnico e capacidade de ampliação eleitoral –, Flávio tenta capitalizar o sobrenome e a proximidade familiar para assumir a frente da disputa.
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