A viagem de Joesley Batista a Caracas, revelada por veículos internacionais, adicionou um ingrediente inesperado ao já tenso cenário entre Venezuela e Estados Unidos. O coproprietário da JBS, gigante da indústria de proteína animal, esteve na capital venezuelana no fim de novembro para um encontro reservado com Nicolás Maduro.
A visita teria ocorrido poucos dias antes de o presidente venezuelano conversar por telefone com Donald Trump, em meio ao recrudescimento da pressão de Washington sobre o regime.
Fontes consultadas por agências estrangeiras afirmam que Joesley tentou reforçar a mensagem do governo estadunidense pela renúncia pacífica de Maduro. A iniciativa, segundo essas mesmas informações, partiu do próprio empresário, embora autoridades dos EUA soubessem de seus movimentos.
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Nem a J&F, holding que controla a JBS, nem o Palácio do Planalto confirmam o teor das conversas ou a motivação da visita. O grupo empresarial limita-se a dizer que Joesley não fala em nome de governos.
O episódio ocorre enquanto a região assiste a uma escalada militar liderada pelos Estados Unidos, que classificam Maduro como peça central do chamado “Cartel de los Soles”, acusado de conexão com o narcotráfico. A Casa Branca enviou milhares de militares ao Caribe, inclusive o maior porta-aviões do mundo, numa operação que aumentou a pressão sobre Caracas após a contestada eleição venezuelana de 2024.
A interlocução de Joesley com o governo venezuelano não é nova. Anos atrás, a JBS fechou um contrato bilionário para fornecer alimentos ao país em meio à escassez generalizada. Nos bastidores, ele também manteve canais ativos com Washington, sobretudo após a retomada de sua atuação empresarial em 2024.
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