A morte de Benício de Freitas, de 6 anos, após dar entrada em um hospital particular de Manaus (AM) com sintomas respiratórios, desencadeou uma investigação que mobiliza autoridades de saúde e segurança no Amazonas.
A criança chegou à unidade com tosse seca e suspeita de laringite na noite do dia 22 de novembro, mas o quadro evoluiu rapidamente para uma emergência grave, culminando no óbito durante a madrugada do dia seguinte.
Segundo os pais, a piora teria ocorrido após a aplicação de doses de adrenalina por via intravenosa, procedimento que, segundo eles, nunca havia sido indicado ao filho. A medicação foi prescrita por uma médica da unidade e administrada por uma técnica de enfermagem.
Em pouco tempo, Benício apresentou queda brusca na saturação de oxigênio, palidez e alteração de coloração das extremidades. Levado às pressas para a sala de emergência, ele acabou intubado na UTI, onde sofreu sucessivas paradas cardíacas até não resistir.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar responsabilidade. O delegado Marcelo Martins já ouviu profissionais envolvidos e recebeu o relatório interno do hospital, no qual a médica reconhece ter prescrito a medicação por engano.
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Ela afirmou, no documento, que pretendia indicar outro tipo de administração e disse ter se surpreendido por a equipe de enfermagem não questionar a ordem. A técnica ouvida pela polícia declarou ter seguido rigorosamente o que estava na prescrição.
Com base nos depoimentos e nos prontuários, a investigação considera a possibilidade de enquadramento por homicídio doloso qualificado. O delegado chegou a solicitar a prisão da médica, mas a Justiça concedeu habeas corpus preventivo, permitindo que ela responda ao processo em liberdade.
O Hospital Santa Júlia afastou a médica e a técnica enquanto conduz apuração interna, e o Conselho Regional de Medicina abriu procedimento ético para examinar a conduta no atendimento.
A família, abalada, cobra esclarecimentos e atribui a morte à administração indevida do medicamento. As apurações seguem em andamento.
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