A Câmara dos Deputados bloqueou o pagamento do salário e da cota parlamentar do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A medida atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou o início do cumprimento da pena de 16 anos de prisão imposta ao parlamentar por envolvimento na trama golpista de 8 de janeiro.
Em nota, a Câmara afirmou “cumprir todas as decisões judiciais”. O bloqueio atinge o salário mensal de R$ 46,3 mil e segue o mesmo procedimento já adotado para os deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também estão fora do país e tiveram seus vencimentos suspensos. Apesar do bloqueio dos salários, todos eles continuam recebendo verbas de gabinete e cotas que ultrapassam a casa dos R$ 100 mil.
Ramagem é considerado foragido pela Justiça desde quando viajou para os Estados Unidos antes da conclusão de seu julgamento. O deputado deixou o Brasil com o passaporte retido e foi proibido de participar de votações remotas.
Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro, Ramagem foi condenado pela Primeira Turma do STF pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
A investigação apontou que ele teria usado a estrutura da Abin para monitorar ilegalmente opositores e autoridades, incluindo ministros do STF, e disseminar desinformação para auxiliar a trama golpista.
Apesar do corte no salário do parlamentar, as estruturas e equipes de seu gabinete continuam ativas, com um custo mensal que ultrapassa R$ 400 mil para os cofres públicos. A manutenção do funcionamento administrativo é padrão em casos de afastamento, garantindo serviços a eleitores e a continuidade de trabalhos legislativos em andamento.
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