A mais recente edição da pesquisa A Cara da Democracia mostra que cresceu o apoio à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados consideram justa a decisão que o impede de disputar eleições até 2030, um avanço em relação aos 45% registrados no ano passado. Já os que veem a punição como injusta caíram de 44% para 40%.
Os números refletem o impacto do julgamento da chamada trama golpista, que deve ampliar o período de inelegibilidade do ex-mandatário com base na Lei da Ficha Limpa. A pesquisa indica também que 53% dos eleitores rejeitam a anulação da condenação, enquanto 40% são favoráveis. Quando o tema é uma eventual anistia, 53% se mostram contra e apenas 33% apoiam a ideia.
Apesar do avanço da desaprovação, o estudo revela que o núcleo duro do bolsonarismo segue firme: parte expressiva de seus apoiadores ainda acredita que Bolsonaro é vítima de perseguição política e que o Supremo Tribunal Federal atua de forma direcionada contra ele.
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Sobre os atos de 8 de janeiro, 76% dos entrevistados disseram desaprovar a invasão das sedes dos Três Poderes, embora 40% considerem as penas aplicadas “exageradas” e 41% as classifiquem como “justas”.
A pesquisa também avaliou a percepção pública sobre o chamado tarifaço, rejeitado por 77% da população. O episódio afetou a imagem da direita ligada a Bolsonaro: a rejeição ao ex-presidente subiu de 49% para 55%. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, viu sua taxa negativa saltar de 33% para 44%, enquanto Michelle Bolsonaro passou de 49% para 54%.
O levantamento ouviu 2.510 eleitores em todo o país entre 17 e 26 de outubro.
*Com informações do jornal O Globo.
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