Nos últimos dias, voltou a circular nas redes um estudo que afirma “até 30% menos risco de morrer” para quem bebe café com moderação.
O número vem de um trabalho publicado na Annals of Internal Medicine que acompanhou 171.616 adultos no Reino Unido e encontrou associação entre 1,5 a 3,5 xícaras/dia (sem ou com pouco açúcar) e redução de 29%–31% no risco de mortalidade por todas as causas em cerca de sete anos.
A pesquisa — conduzida com dados do UK Biobank — analisou café sem adoçantes, adoçado com açúcar e adoçado artificialmente.
Os autores observaram associação mais consistente para o café sem açúcar e com pouco açúcar; para adoçantes artificiais, os resultados foram menos estáveis. O efeito também apareceu para instantâneo, moído e descafeinado, com perda do benefício em consumos acima de 4–5 xícaras/dia.
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A nova onda de interesse foi alimentada por estudos recentes de 2025 que chegam a conclusões parecidas e acrescentam nuances. Um trabalho no European Heart Journal apontou que tomar café de manhã se associou a menor risco de morte total e cardiovascular do que consumir ao longo de todo o dia, sugerindo que o horário pode importar.
Já uma análise no Journal of Nutrition indicou que café preto (ou com baixo teor de açúcar e gordura saturada) manteve associação a menor mortalidade, enquanto quantidades altas desses aditivos anularam o efeito.
IMPORTANTE: todos esses resultados são de estudos observacionais — eles não provam causalidade. Há ajustes estatísticos para diferenciar o papel do café de outros hábitos, mas especialistas lembram que fatores de confusão podem permanecer e que o efeito é modesto em termos absolutos.
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