Um levantamento do Projeto Brief revelou que a Meta, empresa responsável por Facebook, Instagram e WhatsApp, vem lucrando com a veiculação de anúncios fraudulentos voltados a pessoas em situação de vulnerabilidade financeira. A pesquisa analisou 16 mil propagandas sobre empréstimos publicadas nas plataformas e constatou que mais da metade apresentava indícios de golpe.
Os anúncios prometem crédito fácil e empréstimos consignados para beneficiários de programas como o Bolsa Família e o BPC. Para dar aparência de credibilidade, usam logotipos de bancos, imagens de luxo e até vídeos manipulados por inteligência artificial. O público é atingido por meio de segmentação: os criminosos direcionam as publicações a quem busca termos como “INSS” ou “Bolsa Família”, explorando a fragilidade de quem precisa de ajuda financeira.
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O estudo mostra ainda que a moderação da Meta é quase inexistente. Mesmo após denúncias, muitos anúncios permanecem no ar ou retornam com novas contas. Especialistas apontam que a falta de fiscalização e a busca incessante por lucro, 97% da receita da empresa vem de publicidade, tornam o ambiente propício para esse tipo de fraude.
Segundo a pesquisa, golpes digitais desse tipo já afetaram 56 milhões de brasileiros e causaram um prejuízo estimado em R$ 40 bilhões apenas no último ano. Para os pesquisadores, o cenário reforça a urgência de uma regulamentação mais rígida das big techs, garantindo responsabilidade sobre os conteúdos que circulam em suas plataformas.
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