Skip to content Skip to footer

56 anos da morte de Marighella: Mil faces de um homem leal

https://www.youtube.com/watch?v=5Os1zJQALz8

Se o golpe neofascista dos bolsonaristas tivesse tido efeito, você seria um resignado ou seria um Marighella? Nesta terça-feira (4), completam-se 56 anos da morte de Carlos Marighella, uma das figuras mais icônicas da história política brasileira do século XX.

Baiano de Salvador, ele veio ao mundo em 1911. Cresceu e viveu para ser militante comunista, escritor e político. Tornou-se um dos principais nomes da resistência à ditadura militar e permanece como símbolo da luta contra a opressão política no país.

Nos anos 1930, cursou Engenharia na Escola Politécnica da Bahia. Em 1934, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB), dedicando-se a causas como direitos trabalhistas, educação pública e soberania nacional. Sob a vigência do Estado Novo de Getúlio Vargas, foi preso pela primeira vez em 1936, acusado de atividades consideradas subversivas.

Em 1945, com a redemocratização, foi eleito deputado federal constituinte pela Bahia, e foi ferrenho defensor de pautas até hoje urgentes como reforma agrária, nacionalização de setores estratégicos e expansão do acesso à educação. No entanto, com a cassação do registro do partido em 1947, perdeu o mandato e retornou à clandestinidade.

Entre as décadas de 1950 e 1960, Marighella se tornou uma das principais lideranças comunistas no Brasil, produzindo artigos, poemas e obras sobre política e resistência. Com o golpe militar de 1964, tornou-se alvo prioritário do regime. Em 1965, foi baleado e preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) em São Paulo.

Sempre inquieto, ele não estava satisfeito com a linha de resistência pacífica adotada pelo PCB, então rompeu com a organização e fundou, em 1968, a Ação Libertadora Nacional (ALN), que pregava a luta armada como meio de enfrentamento à ditadura. O grupo realizou expropriações bancárias e ataques a símbolos do poder, com o intuito de financiar e divulgar a resistência.

Foi nesse contexto que escreveu o “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”, referência mundial para movimentos revolucionários. Inimigo “número um” do regime, Marighella foi morto em uma emboscada do DOPS no dia 4 de novembro de 1969, em São Paulo, em ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Sua execução foi comemorada e explorada de maneira mórbida pela ditadura militar. Mas ao contrário do que queriam os vermes fardados, Marighella virou lenda inspiradora. Até hoje, obras são criadas em sua memória .

Os também lendários Racionais MCs escreveram a canção “Mil Faces de um Homem Leal” em homenagem ao revolucionário. Em 2021, Wagner Moura dirigiu um filme biográfico com Seu Jorge como protagonista.

Já seus assassinos foram para a lata de lixo da história.

Bookmark

Aquiles Marchel Argolo

Jornalista, escritor, fã de cultura pop, antirracista e antifascista. Apaixonado por comunicação e tudo que a envolve. Sem música a vida seria impossível!

Mais Matérias

05 nov 2025

Lembrar é resistir: Mariana dez anos depois

Mariana não é passado. Mariana é o espelho de um país que ainda decide entre o lucro e a vida
05 nov 2025

Vídeo mostra Cláudio Castro jogando “pelada” no Complexo do Alemão

Nas imagens, o governador também aparece descontraidamente cumprimentando pessoas, ao lado de cabos eleitorais
05 nov 2025

Brasília sedia em novembro o 1º Encontro Nacional dos Comitês de Cultura com presença de Lula

Evento será realizado entre 16 e 19 de novembro, e tem a presença confirmada do presidente Lula no encerramento
05 nov 2025

Após operação, agência antidrogas do EUA oferece “apoio” a governo Cláudio Castro

Na semana passada, governador entregou à agência, relatórios confidenciais de segurança pública

Governo do DF pede avaliação médica de Bolsonaro a Moraes ante risco de prisão

Governo do DF pede avaliação médica de Bolsonaro a Moraes ante risco de prisão
05 nov 2025

Comissão do Senado aprova isenção do IR até R$ 5 mil por unanimidade

Governo calcula que cerca de 25 milhões de brasileiros vão pagar menos impostos

Como você se sente com esta matéria?

Vamos construir a notícia juntos

Deixe seu comentário