O cantor, compositor e guitarrista Lô Borges morreu neste domingo (2), aos 73 anos, em Belo Horizonte. O artista estava internado desde 17 de outubro, após sofrer uma intoxicação por medicamentos, e faleceu em decorrência de falência múltipla de órgãos, segundo informou o Hospital Unimed. A morte foi confirmada pela família nesta segunda-feira (3).
Nascido Salomão Borges Filho, Lô foi um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes e Márcio Borges. O grupo mineiro revolucionou a MPB nos anos 1970, mesclando harmonias complexas, influências do rock e poesia existencial.
Com apenas 20 anos, Lô lançou, junto com Milton, o álbum “Clube da Esquina” (1972), considerado um dos maiores discos da história da música brasileira e um marco internacional da canção popular. Entre as canções que marcaram sua trajetória estão “O Trem Azul”, “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Paisagem da Janela” e “Para Lennon e McCartney”, obras que se tornaram referências da música brasileira e símbolos do movimento Clube da Esquina.
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Filho do bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, Lô cresceu cercado por música e amizade. Foi nas esquinas do bairro que nasceu a ideia do “clube” que daria nome ao movimento e ao disco. Em entrevistas, ele recordava com afeto o primeiro encontro com Milton Nascimento, ainda na infância: “Vi o Bituca tocando violão e pensei: é isso que quero pra minha vida”.
Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, lançou mais de 20 álbuns, entre eles o clássico “Disco do Tênis” (1972) e o elogiado “Via Láctea” (1979). Seu último trabalho, “Céu de Giz”, feito em parceria com Zeca Baleiro, foi lançado em agosto deste ano.
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