O número de mortos na Operação Contenção subiu para 64, segundo balanço atualizado da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ). Entre as vítimas estão 60 suspeitos ligados ao Comando Vermelho, dois policiais civis e dois militares.
A megaoperação, deflagrada nesta terça-feira (28) nos Complexos do Alemão e da Penha, é a mais letal da história do estado, superando o massacre do Jacarezinho, em 2021, que deixou 28 mortos.
A ação mobiliza 2.500 agentes e segue em fase de consolidação, com buscas residuais em áreas de mata e vielas. Até o momento, foram 81 prisões — entre elas a de “Belão do Quitungo”, “Danado” e “Mexicano do Jorge Turco”, apontados como lideranças regionais e operadores financeiros da facção. O arsenal apreendido soma 75 fuzis, duas pistolas, nove motos e mais de 200 quilos de drogas.
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Apesar da dimensão e da violência, o governo fluminense insiste em tratar a operação como “vitória contra o narcoterrorismo”. O governador Cláudio Castro pede apoio federal urgente, mas enfrenta críticas de organizações de direitos humanos e especialistas em segurança pública, que apontam excesso de força e ausência de estratégia social para o pós-confronto.
No discurso e na prática, o Rio espelha o modelo bélico ideológico importado de países que transformaram o combate em capital político.
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