Em um caso que não espanta, visto que o bolsonarismo não tem nenhum pudor, a vereadora Tatiane Costa (PL-Sorocaba) foi alvo de um pedido de cassação por apologia à tortura, após publicar em rede social uma foto segurando um livro que exalta o coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi durante a ditadura militar.
A denúncia, protocolada junto à Comissão de Ética da Câmara Municipal, baseia-se na resolução que prevê cassação por “proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo”. O autor do processo, professor Raul Wallace Amorim Carvalho, sustenta que a publicação configura exaltação de práticas criminosas.
O caso ganhou novos capítulos durante sessão legislativa, quando Tatiane Costa levou o livro ao plenário e afirmar tê-lo recebido “do Coronel Ustra, que é vereador em Porto Alegre” – referência ao político Carlos Ustra, neto do militar. A declaração gerou reação imediata da vereadora Iara Bernardi (PT), que pegou o exemplar e o jogou no lixo.
O presidente da Comissão de Ética, vereador Cristiano Passos (Republicanos), confirmou o recebimento da representação e detalhou que o processo seguirá várias etapas – incluindo direito à defesa da parlamentar e análise de relator – antes de possível encaminhamento ao plenário para decisão final sobre a cassação.
A Comissão de Ética é formada por reacionários bolsonaristas, o que dá pouca esperança do processo seguir adiante.
Sob o comando de Ustra, até mesmo crianças foram alvo de torturas. No entanto, no país da eterna anistia, quando morreu, em outubro de 2015, o coronel Ustra tinha uma boa vida em uma casa de alto padrão em Brasília.
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