O almirante norte-americano Alvin Holsey, comandante das forças militares dos EUA na América Latina, deixará o cargo no final de 2025, em uma decisão surpreendente anunciada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, nesta quinta-feira (16). A mudança ocorre em meio ao crescente tensionamento entre Washington e a Venezuela.
Holsey, que assumiu o Comando Sul no final de 2024 — em um mandato que costuma durar três anos —, confirmou em suas redes sociais que se aposentará a partir de 12 de dezembro.
Foi uma honra servir nossa nação e apoiar e defender a Constituição por mais de 37 anos
declarou, sem fornecer detalhes sobre os motivos da saída.
Fontes relataram à Reuters que havia tensão entre Holsey e Hegseth, levantando questionamentos sobre uma possível demissão antes do anúncio oficial.
A saída do almirante ocorre em um momento sensível: os EUA vêm conduzindo uma série de operações militares no Caribe, incluindo ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas próximas à Venezuela — ações que resultaram em pelo menos 27 mortes. Esses ataques geraram críticas de especialistas em direito internacional e parlamentares, principalmente democratas, que questionam sua conformidade com as leis de guerra.
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Enquanto o governo Trump defende a legitimidade das operações como parte de uma “guerra contra narcoterroristas”, o senador democrata Jack Reed, do Comitê de Serviços Armados, manifestou preocupação:
A renúncia do almirante Holsey aprofunda meu receio de que este governo ignore lições do passado e conselhos de combatentes experientes.
O contexto inclui ainda um significativo reforço militar na região, com o envio de tropas de mísseis guiados, caças F-35 e aproximadamente 6.500 soldados. Além disso, na quarta-feira (15), Trump revelou ter autorizado a CIA a realizar operações secretas dentro da Venezuela, alimentando especulações sobre um possível intento de derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Até o momento, nem a Marinha nem o Comando Sul se manifestaram sobre a saída de Holsey.
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