O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta terça-feira (14) ser favorável à condenação dos sete réus identificados como integrantes do chamado “núcleo quatro” da trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo foi responsável pela disseminação de notícias falsas que ajudaram a alimentar o clima de instabilidade antes e depois das eleições de 2022, que resultaram nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O julgamento, que ocorre na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), deve se estender até a próxima semana. Gonet afirmou que as campanhas de desinformação promovidas pelos réus tiveram impacto direto na mobilização de apoiadores e na tentativa de ruptura institucional.
De acordo com a PGR, Denicoli e Almeida teriam atuado na divulgação de suspeitas infundadas sobre o sistema eletrônico de votação, enquanto Abreu e Denicoli tentaram interferir no relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas.
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A defesa de Ailton Barros alegou que ele não colocou em prática as orientações que teria recebido do ex-ministro Walter Braga Netto, já condenado em outro núcleo do processo. Outros advogados argumentaram que seus clientes apenas cumpriram funções técnicas ou contratos formais, sem ligação direta com atos criminosos.
Após a manifestação do procurador-geral, o STF iniciou as sustentações orais das defesas. O julgamento é parte de uma série de ações que investigam diferentes núcleos da tentativa de golpe e o papel de cada grupo nas ações antidemocráticas.
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