Uma adolescente de 16 anos, diagnosticada com grau severo de autismo, vive há três meses no Hospital Municipal do Jardim Ingá, em Luziânia (GO), após ser rejeitada pela própria mãe. A jovem perdeu a avó — única pessoa com quem morava e que cuidava dela — e acabou sem ter para onde ir.
Após a morte da avó, em São Paulo, a garota foi levada para a casa da mãe, que recusou ficar com a guarda. Sem estrutura familiar, ela foi acolhida pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Luziânia, onde permaneceu por um mês. Diante da falta de condições adequadas no local, foi transferida para o hospital, onde segue internada desde então.
Com cabelos escuros e sempre de “maria-chiquinha”, se tornou figura conhecida nos corredores do hospital. Ocupa um dos 110 leitos da enfermaria, adaptado pelos funcionários para que tivesse um espaço próprio.
Segundo relatos da equipe, a adolescente tem dificuldade de se expressar, mas é carismática e cativa quem convive com ela.
Ela é muito querida. Todo mundo aqui tem um carinho enorme
contou uma funcionária emocionada.
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O diretor da unidade, Fernando Neves, confirmou que a jovem permanece internada por apresentar um quadro psiquiátrico que requer acompanhamento contínuo. Segundo ele, a garota vem recebendo tratamento especializado e não tem condições de receber alta por enquanto.
A Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia informou que o caso é acompanhado por uma equipe multidisciplinar, sob supervisão do Juizado da Infância e da Juventude. O Ministério Público de Goiás também monitora a situação, que segue sob tutela do município.
O futuro da adolescente ainda é incerto. Nenhum órgão estadual ou municipal soube informar o que será feito quando ela estiver pronta para deixar o hospital. A mãe e outros familiares não foram localizados.
*Com informações do Metrópoles.
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