O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (14), em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a chamada tributação BBB, que taxa bancos, rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas, “só é injusta na cabeça de pessoas desinformadas sobre o que está acontecendo no Brasil”.
Haddad lembrou que produtos e serviços como cigarros, bebidas alcoólicas e empresas de apostas pagam impostos maiores em muitos países, em razão do impacto negativo desses setores para a saúde física e mental da população.
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“O Brasil é até tímido na sobretaxação. Em determinados países, é quase inacessível você comprar uma bebida alcoólica”, disse, ao citar, como exemplo, a Escandinávia. “Você vai pagar caro porque todo cidadão lá entende que essas atividades precisam ter um outro tipo de regulação”, defendeu.
“É a maneira correta de combater tabagismo, alcoolismo, dependência psicológica”, disse o ministro sobre as bets, destacando os efeitos colaterais dessa atividade. “Não é ir a um parque de diversão ou a um show. É um outro tipo de entretenimento, que gera dependência, tem que ser tratado dessa maneira”, explicou.
Sabotagem
Na semana passada, a Câmara Federal derrubou Medida Provisória proposta pelo governo Lula para taxar o que ficou conhecido como “BBB – bets, bancos e bilionários”. A rejeição abriu um rombo de R$ 36 bilhões até 2026 nas contas do Executivo, e foi considerada uma “sabotagem” em represália à rejeição da chamada “PEC da Bandidagem”, que acabaria com a possibilidade de abertura de processo contra deputados e senadores.
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