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Chico Buarque, Bruno Gagliasso e neto de Rubens Paiva declaram apoio à campanha da vereadora Maíra do MST

Campanha Maíra
(Foto: Divulgação)

Centenas de movimentos sociais, artistas e figuras públicas, entre eles, Chico Buarque, Bruno Gagliasso e Chico Paiva, neto do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura civil-militar, declararam apoio à campanha “Liberte o Grito dos Muros: Memória é Compromisso com o Futuro”. O abaixo-assinado foi lançado pela vereadora
Maíra do MST durante a estreia do filme “Honestino”, no Festival do Rio, o maior evento de cinema da América Latina.

A mobilização popular inédita tem o objetivo de pressionar pela aprovação do Programa Memória, Verdade e Justiça Carioca na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O projeto de lei 437/2025, de autoria da parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT), quer identificar, demarcar e revelar os locais onde a repressão política agiu durante a ditadura civil-militar, entre 1964 e 1985.

A iniciativa vem sendo alvo de ataques da extrema direita e da ala conservadora, que insistem em manipular o eleitorado por meio de uma narrativa revisionista e negacionista, que relativiza os crimes cometidos pela ditadura e distorce as consequências perversas do regime. O manifesto já conta com mais de 600 assinaturas.

Gagliasso é protagonista do documentário que conta a história do líder estudantil Honestino Guimarães. Aluno da Universidade de Brasília (UnB) e presidente nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1968, ele foi preso cinco vezes por se opor ao regime, sequestrado e é um dos desaparecidos políticos da ditadura.

O filme que retrata a trajetória de Honestino chega às telonas num contexto político marcado pela luta por democracia e se soma a outras obras cinematográficas que expõem o horror do regime ditatorial brasileiro mundo afora, a exemplo de “Ainda Estou Aqui”, protagonizado por Fernanda Torres e vencedor do Oscar na categoria de melhor filme internacional de 2025.

Maíra e Bruno Gagliasso
(Foto: Divulgação)

A campanha também já recebeu apoio de centenas de vítimas da violência do Estado e seus familiares, movimentos de luta por memória, verdade, justiça e reparação, entidades de defesa de Direitos Humanos, juristas, parlamentares e estudantes.

Entre as figuras públicas que assinaram o manifesto, destacam-se: a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; o presidente da Embratur, Marcelo Freixo; o cientista político Luiz Eduardo Soares; o deputado federal Lindbergh Farias; as deputadas federais Benedita da Silva e Talíria Petrone; a advogada Carol Proner, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia; o vereador Leonel de Esquerda; a vereadora e viúva de Marielle Franco, Monica Benicio; o ex-militante do MR8, Cid Benjamin; o professor Elias Jabbour e a atriz Bete Mendes, entre outros.

Também já declararam apoio ao projeto a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a UNE e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Maíra do MST, que também é professora e doutoranda em História pela UERJ, explica que o Brasil ainda vive sob as sombras de um passado ditatorial não resolvido.

A cidade do Rio abriga dezenas de prédios que foram palco de crimes, violências e violações de direitos cometidos pelo próprio Estado brasileiro. Como exemplo, existem as antigas sedes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), na Rua da Relação, no 40, e do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), que funcionava dentro do 1o Batalhão de Polícia do Exército, na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca.

São salas de tortura, celas clandestinas e diversos outros locais onde ocorreram desaparecimentos forçados, prisões ilegais, atentados e assassinatos. A proposta é justamente romper o pacto de silêncio que ainda protege e beneficia ditadores e torturadores, jogando luz sobre esses espaços para reconstruir e fortalecer os alicerces da nossa democracia. Já passou da hora de enfrentar, com firmeza, o autoritarismo que criou as condições sociais e políticas que culminaram nos ataques do 8 de janeiro e colocaram em risco a nossa democracia. A gente não pode permitir que isso aconteça novamente

enfatiza a parlamentar.

De acordo com o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, a ditadura civil-militar brasileira resultou em 434 pessoas mortas e/ou desaparecidas, a maioria inocentes e oposicionistas que lutavam contra o regime. Deste total, 191 pessoas foram assassinadas por meio de execuções sumárias ou decorrentes de torturas e 210 permanecem desaparecidas até hoje. Somente 33 corpos foram localizados. Mesmo 40 anos após o fim da ditadura, inúmeros brasileiros ainda desconhecem as atrocidades e os crimes cometidos por 377 agentes de estado especializados em torturar e matar dissidentes políticos.

Esses criminosos nunca foram responsabilizados e punidos por seus atos. O Programa Memória, Verdade e Justiça Carioca revisita o passado para conscientizar o presente e finalmente libertar o grito que impede o futuro de florescer. Não existe democracia sem memória, verdade, justiça e reparação histórica

conclui a vereadora Maíra do MST.

Link do abaixo-assinado: mairadomst.com.br/liberte-o-grito

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Redação BFC

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